A manhã de terça-feira (20) foi de grande
movimentação nas imediações do shopping Midway Mall, no Tirol. Dezenas de
representantes de classes das polícias e demais agentes de segurança pública do
Rio Grande do Norte participaram da Caminhada em Defesa da Vida dos Policiais.
O movimento foi promovido a partir da onda de violência que toma conta de
vários estados do Brasil, incluindo o RN.
A caminhada teve organização feita pela Associação
Nacional dos Praças (Anaspra), representada pelo seu vice-presidente, o cabo
Jeoás Nascimento, da Polícia Militar do RN. “Nosso principal objetivo é chamar
atenção da sociedade para um problema que também é dela. Afinal, não estão
matando apenas policiais, pois os índices de homicídios crescem a cada dia”,
afirma.
De acordo com o cabo Jeoás, é preciso uma soma de
esforços para reverter o quadro de insegurança. “Aqui no Rio Grande do Norte
nós tivemos 11 policiais assassinados somente neste ano de 2012. Em São Paulo,
foram 98 mortes. Isso acontece porque os criminosos sabem que a impunidade irá
beneficiá-los. Existe um projeto em tramitação no congresso que visa elevar em
um 1/3 a pena para pessoas e atentarem contra agentes de segurança. No entanto,
nós defendemos que isso deve ser aumentado em dobro, para tornar as punições
mais rígidas”, declara.
lém da Associação Nacional
dos Praças, diversas associações, incluindo a de Cabos e Soldados da Polícia
Militar do Rio Grande do Norte comandaram o movimento. “Esse ato é mais do que
tudo um gesto a favor da vida. Estamos fazendo isso pelas nossas famílias, pois
quando saímos para as ruas para trabalhar não temos a certeza que vamos voltar.
Por esse motivo, estamos cobrando mais estrutura e melhores condições trabalho
para os policiais”, comenta Roberto Campos, presidente da ACS-PM/RN.
O soldado Marco Prisco,
presidente da Associação dos Praças da Bahia e vereador eleito em Salvador,
esteve em Natal e também participou da Caminhada. “Temos que lutar para
mudarmos essa realidade. Não adianta somente chorarmos diante dos corpos dos nossos
colegas mortos. Estamos vivendo em uma ditadura disfarçada e não podemos
aceitar calados. O estado não pode se omitir diante dessa situação, pois vocês
têm, por exemplo, mais de 800 concursados esperando para serem convocados e
reforçarem a segurança no Rio Grande do Norte”, destaca.
O coordenador de Direitos
Humanos no Estado, Marcos Dionísio Caldas, também participou da Caminhada em
Defesa da Vida dos Policiais. Ao falar para o público ele declarou:
“proporcionalmente, o Rio Grande do Norte tem sofrido mais com a violência do
que São Paulo, que está passando por um massacre. Se pegarmos a quantidade de
policiais mortos nos dois estados e fizermos um balanço com a população,
teremos um índice maior”.
Durante o movimento, os
policiais militares, civis e também agentes penitenciários chegaram a fechar o
cruzamento das avenidas Senador Salgado Filho e Bernardo Vieira, próximo ao
shopping Midway. Eles se reuniram ao centro da via e fizeram a oração do
policial militar. O grupo segurava cruzes que representavam cada um dos
policiais mortos ao longo deste ano. De acordo com a Associação dos Cabos e
Soldados, foram nove PMs assassinados e outros dois policiais civis.
Informações: Assessoria da ACS.
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