Crimes aconteceram
este ano em Apodi, Santo Antônio e Natal. OAB diz que acompanha investigações e cobra punição para os assassinos.
Antônio Carlos foi o terceiro advogado assassinado este ano no Rio Grande do Norte (Foto: Ney Douglas e Jorge Talmon/G1)
Antonio Carlos/oto Sergio Costa Portal BO
Antônio Carlos de Souza Oliveira, morto
a tiros na noite desta quinta (9), foi o terceiro
advogado assassinado no Rio Grande do Norte em quatro meses. No dia 9 de
janeiro deste ano, o advogado Marcelo Roverlando Jorge de Moura, de 38 anos,
foi assassinado a tiros na cidade de Apodi. A segunda vítima foi a advogada
Vanessa Ricarda de Medeiros, de 36 anos, morta a pauladas no dia 14 de fevereiro
dentro de um motel na cidade de Santo Antônio, a 70 quilômetros de Natal.
Para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no estado, é preciso rigidez
na apuração dos casos. "Foram três advogados assassinados: duas execuções
e um crime passional. O que a gente espera é o esclarecimento desses crimes e a
punição dos culpados. Essas execuções são uma tentativa de enfraquecer a
democracia”, disse o presidente da OAB/RN, Sérgio Freire.
Marcelo Roverlando/Foto Marcelino Neto - O Câmera
O advogado Marcelo Roverlando Jorge de Moura, de 38 anos, foi assassinado a
tiros no dia 9 de janeiro em Apodi. Segundo a polícia, a vítima estava a duas quadras de
casa, no bairro de Nossa Senhora da Conceição, quando dois homens armaram uma
emboscada, o abordaram e efetuaram vários disparos. Os suspeitos fugiram numa
motocicleta. Ninguém foi preso.
De acordo
com o capitão da PM Inácio Brilhante, comandante do policiamento ostensivo na
região, o advogado emprestava dinheiro a juros. “Suspeitamos que o crime pode
ter ligação com esta prática”, disse o oficial. Ainda segundo a Polícia
Militar, Marcelo já trabalhou como agente penitenciário.
Vanessa Ricarda/Foto: Anderson Barbosa/G1)
A advogada Vanessa Ricarda de Medeiros, de 36 anos, morta a pauladas
no dia 14 de fevereiro dentro de um motel na cidade de Santo
Antônio, a 70 quilômetros de Natal.
O
ex-namorado dela, o soldado da PM Gleyson Alex de Araújo Galvão, foi preso em
flagrante. A Justiça acatou a denúncia feita pelo Ministério Público e ele
aguarda julgamento preso no quartel do Batalhão de Operações Policiais
Especiais (Bope).
A morte do advogado Anderson Miguel é outro caso emblemático - considerado o homem-bomba da
operação
Hígia, foi morto em 1º de junho de 2011.
Anderson
Miguel/(Foto: Jane Alves)
Outro caso emblemático envolvendo a morte de um advogado no estado é o de
Anderson Miguel da Silva, também assassinado a tiros. Ele foi morto no dia 1º
de junho de 2011 dentro do seu próprio escritório, no bairro de Lagoa Nova, em Natal. Um homem entrou na sala dele e
disparou várias vezes. As imagens do suspeito, monitoradas por um circuito
interno de câmeras, não foram gravadas pelo equipamento. Os tiros atingiram o
pescoço, o tórax e os braços do advogado. A polícia afirma que até hoje não tem
pistas do assassino.
Anderson
Miguel ficou conhecido em todo o Rio Grande do Norte como o 'homem-bomba' da Operação
Hígia. Foi ele o responsável por delatar, em depoimentos prestados à Justiça
Federal, um suposto esquema de corrupção dentro da Secretaria de Saúde no então
governo Wilma de Faria. Além dele e da ex-mulher, a empresária Jane Alves, mais
13 pessoas foram envolvidas.
O esquema contou com a participação direta do próprio
Anderson Miguel, que alegou ter pago propina durante os anos de 2005 e 2008
para que sua empresa, a A&G, conseguisse receber os atrasados e ainda
renovasse os contratos firmados com a Secretaria de Saúde. O inquérito ainda
tramita na Justiça Federal sob os olhares do juiz Mário Jambo.
G1/RN.
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