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Andrey Ricardo/Da Assessoria de Imprensa
A Comissão da Memória e da Verdade Anatália
de Souza Melo Alves (CMVASMA) entregou ontem (26) o relatório das investigações
que foram realizadas para apurar os crimes cometidos durante a Ditadura Militar
em Mossoró. A investigação aponta que os efeitos do Regime Militar foram
gravíssimos, com prisões indevidas, perseguições, torturas e até morte.
Políticos que eram contra a Ditadura tiveram seus mandatos cassados. A Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB), subseção de Mossoró, quer que os responsáveis
sejam punidos e que as vítimas sejam homenageadas, como forma de reconhecimento
pela luta em prol da democracia.
A solenidade de conclusão das investigações, que
começaram em 12 de junho de 2013, com a criação da comissão, foi realizada
ontem, no auditório da OAB/Mossoró. Estiveram presentes pessoas que conseguiram
sobreviver ao Regime de Exceção, como Luiz Alves Neto, viúvo de Anatália de
Melo Alves, que morreu após um mês de torturas psicológicas e físicas em uma
das prisões do Exército, em Pernambuco. O caso dela é um dos mais emblemáticos
na história dos mossoroenses que resistiram ao Regime Militar. Luiz e Anatália
foram presos e levados para DOI-CODI-PE (instalações do IV Exército). Ela não
resistiu e morreu 22 de janeiro de 972.
Durante quase um ano de investigação, os
advogados e membros consultores que integram a Comissão da Memória e da Verdade
Anatália de Souza Melo Alves ouviram inúmeros depoimentos, colheram provas
documentais, analisaram reportagens antigas, entre outras providências. O
relatório concluiu que diversas pessoas ligadas ao Sindicato da Construção
Civil de Mossoró, Sindicato dos Ferroviários, Sindicato da Lavoura, Sindicato
do Sal e Sindicato dos Bancários, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e o
Movimento Democrático Brasileiro (MDB) foram perseguidas de forma cruel pelos
militares, que prenderam e torturaram.
Além de Luiz Alves e Anatália, a investigação
apontou outras vítimas: Vicente Lopes de Lima, que foi presidente da Câmara dos
Vereadores de Mossoró, e Vivaldo Dantas de Farias, ex-vereador; Cesário
Clementino dos Santos, que à época era suplente de deputado estadual no RN e
presidente Sindicato dos Ferroviários em Mossoró; o jornalista Rubens Coelho,
que ainda hoje exerce a profissão em Mossoró, mas na época era diretor do
Sindicato dos Bancários e militante político do PCB; João Batista Xavier,
militante do PCB local; e José Egídio da Silva (Canário), do PCB.
PROVIDÊNCIAS
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