Catacumbas do
cemitério de São Rafael já apareceram em secas anteriores.
Ossada encontrada remonta história de 30 anos atrás.
Ossada encontrada remonta história de 30 anos atrás.
Por Renato Vasconcelos
Do
G1 RN
Com a seca, catacumbas ficam a mostra em
cidade inundada do RN
(Foto: Adaílton Amorim)
O baixo
nível dos reservatórios de água do Rio Grande do Norte ocasionaram um fenômeno curioso na
barragem Armando Ribeiro Gonçalves, que abastece a Região Oeste do estado. O
cemitério da antiga cidade de São Rafael, inundada pelas obras de construção da
barragem na década de 80, reapareceu.
Segundo o radialista Adaílton Amorim, as catacumbas do
cemitério já haviam aparecido durante secas anteriores, porém nunca ficaram tão
expostas. “A parte que eu fotografei é onde estão as catacumbas das pessoas
mais abastadas, localizadas em uma área específica do cemitério. Nunca foi
possível chegar nesta região da forma como fiz, está totalmente sem água”,
disse Adaílton.
Ossada emergiu após a baixa no volume do
reservatório
(Foto: Adaílton Amorim)
Segundo
dados do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), a barragem
Armando Ribeiro Gonçalves comporta 2.400.000.000 de metros cúbicos de água e
opera atualmente com 29,53% da capacidade. Apesar da seca, a barragem ainda
opera com a média superior a de outros reservatórios do estado.
História submersa
Inaugurada em 1983, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves começou a ser construída em 1980. A inundação da cidade foi um dos pontos mais polêmicos da construção. Para a inundação, uma nova cidade foi construída para receber a população. Com a seca, depois de mais de 30 anos, um "esquecido" emergiu com a cidade.
Segundo o chefe do departamento técnico da coordenadoria
regional do Dnocs, a primeira obra inaugurada na nova São Rafael foi o cemitério, uma vez que a
legislação da época exigia a retirada dos corpos da antiga cidade para que a
inundação pudesse ser feita. Entretanto, nos registros feitos pelo radialista
pode ser vista pelo menos uma ossada humana.
“À época, o Dnocs contratou uma empresa que eu nem me
recordo o nome, já deve até ter acabado, para transferir os corpos do antigo
para o novo cemitério. Durante todo este período pensávamos que o serviço havia
sido feito corretamente. Se alguém ficou esquecido é importante que alguma
autoridade competente notifique o Dnocs ou tome medidas para a transferência
dos restos mortais até o novo cemitério”, disse o engenheiro.
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