Já são quase 10 meses das prisões resultantes da
"Operação Intocáveis" e não se ver resolução para o caso. A operação
resultou na prisão de cinco policiais e um cidadão civil, sob a acusação de
integrarem um suposto grupo de extermínio e serem os principais responsáveis
pelo elevado número de homicídios ocorridos na cidade de Mossoró e região.
O que é mais intrigante é o fato de que após a prisão dos
policiais, o número de homicídios não para de crescer (ver índices). A
população Mossoroense sofre cada dia mais com o terror e o caos em que se
encontra a segurança pública da cidade, enquanto esses cidadãos estão
encarcerados, sem provas. Pessoas que exerciam dignamente suas atividades
profissionais, possuíam residências fixas, todos são pais de família e poderiam
responder às acusações em liberdade.
Após a “operação intocáveis” a população se depara com um
aumento da ocorrência de assaltos (ver índices) inclusive com novas e ousadas
modalidades de crimes, como roubo de carros (coisa que pouco ocorria em
Mossoró) latrocínio, residências e até delegacias incendiadas, viaturas da
polícia sendo recebidas a tiros em bairros de Mossoró, homicídio de pessoas sem
qualquer envolvimento com o mundo do crime e até a ocorrência de chacina (cinco
pessoas assassinadas em um baile funk), sem contar com as tentativas de
homicídio.
Enquanto isso, a justiça para eles anda a passos de
tartaruga. Já que a prisão ocorreu em junho de 2016, sendo a maior parte das
audiências realizadas apenas em dezembro do mesmo ano. Onde logo após seguiu-se
o recesso judiciário, até a segunda quinzena de janeiro de 2017, seguido de férias
de juízes titulares, carnaval, etc.
Após todo esse chá de espera, ocorreu a designação de um
dos juízes titulares que atuava nos processos para atuar na Corregedoria deste
Estado, todavia houve a dissolução do Colegiado anteriormente formado para
jurisdicionar no feito. Consequentemente, os processos ficaram “abandonados” e
os cidadãos encarcerados. Finalmente, no dia 13 de março foi designado um Juiz
Substituto para jurisdicionar na 1ª Vara Criminal da Comarca de Mossoró/RN nos
processos mencionados. Porém, no dia 03 de abril, o juiz designado proferiu um
despacho à Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do
Norte, suscitando a necessidade de formação de colegiado de magistrados para
atuarem no feito. E, mais uma vez, o andamento dos processos estão de volta à
estaca zero. Isso é no mínimo revoltante, principalmente para os que se
encontram encarcerados.
Agora, para os bandidos de verdade parece que a coisa
está sendo mais rápida, pois durante esse período já foram expedidos
aproximadamente 360 alvarás só na Cadeia Pública de Mossoró. Alguns dos
meliantes foram liberados, retornaram à cadeia após novas práticas criminosas,
já receberam alvará novamente e estão na rua cometendo novos delitos. Enquanto
isso, os trabalhadores detidos na operação intocáveis estão privados de sua
liberdade, de seu trabalho de suas famílias, já à beira de um ano, presos à
espera de uma morosa justiça, que não parece ter previsão de quando essa
situação será solucionada.
O que não dá para entender é a demora com que está sendo
tratada essa causa. A população aguarda uma resposta e sente falta dos
policiais que contribuíam com segurança da cidade. Excelentes profissionais
presos, enquanto a sociedade clama por segurança.
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